terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um Amor Para Não Recordar







Distraída, sem motivo aparente para passar por aquele caminho, era apenas o caminho que de vez em quando eu fazia só para não passar todo dia pelo mesmo lugar. Inevitavelmente, encontrei contigo, talvez tivesse esquecido que aquele caminho me levaria para certas lembranças indesejáveis. 
Nos olhamos, o teu sorriso receptivo me fez lembrar de quando nos conhecemos, apenas duas pessoas que  se importavam em agradar uma a outra, só pelo simples motivo de que desde o começo sabíamos que não seriamos só amigos. 
Tento ignorar essas lembranças, pois agora somos estranhos, pois eu não quero algo a mais e acredito que nem você, só estamos sendo simpáticos, mantendo as aparências, fingindo que nada aconteceu, não me orgulho disso, como posso ser tão fria com uma pessoa que pelo menos por um segundo me fez sentir algo especial? Especial mas finito, finito e doloroso, doloroso e inevitável.
 Tenho meus motivos para agir assim, existem cicatrizes que demoram a desaparecer. Estou com pressa de mais pra te perguntar se está tudo bem e você também não parece interessado que eu pergunte, talvez seja uma pergunta muito difícil de responder, pois estamos cada vez mais distantes, cada um vivendo a sua vida por caminhos que não irão se cruzar.
 Talvez daqui a alguns anos sejamos apenas mais um rosto em meio a tantos outros perdidos na nossa memória. Estou certa de que não há nenhum resquício de sentimento, mesmo se houvesse nada mudaria, pois nenhum de nós admite ser vencido pelo sentimento, pelo coração. Não estou afim de cometer os mesmos erros de antes, então a distância é necessária.  Nesse caso, o melhor jeito de dizer o que sentimos é com um sorriso, rápido e discreto.

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