quinta-feira, 20 de julho de 2017

#Why not?: Me mandem tomar vergonha na cara!







Me mandem tomar vergonha na cara! Não quero ter que votar naqueles que fingem me controlar, enquanto eu permaneço acordada tentando descobrir que horas o Neo aparece dizendo que este é um capítulo da Matrix. Não vejo a hora dessa era começar. Já era? Me mandem calçar os sapatos! Botar a cara na noite, sair e gritar! Quem me calou é quem falará. Rir ou chorar, não tive escolhas quando de cansaço, chorei. Um flash! Esperem! Eu não estava sorrindo o bastante! Filtrem por favor.
Se possível prepare um café, quero me manter de olhos abertos pra perceber em que momento perdi o controle, cuspo palavras, cuspo sim e ainda mais, transpiro. Transpiro palavras porque já me cansei, elas saem porque não posso evitar, mas é melhor do que evitarem a mim, finjo te ouvir mas me retiro do recinto pois não importa o que você diga, vou sorrir, balançar sua mão cordialmente te enxergando como uma peça insignificante para meu plano, mas uma cifra significativa para minha conta. Talvez eu até te deixe morrer, não irei sujar minhas mãos, darei pequenos golpes, te cegarei noite após noite enquanto assiste ao noticiário, mas claro que não quero ser culpado, nunca serei culpado. Este é um jogo pra poucos, caso os jogadores avancem contra mim eu reinicio o game, ou melhor puxo o fio da tomada antes do game over. Me culpar não é justo! Serei culpado por você ter que exercer seus deveres dentro da lei, trabalhando para a sua aposentadoria e não conseguir viver o bastante para desfrutá-la? Você que não atentou para a sua saúde, o hospital é público! A educação é pública! Tudo de graça e você quer me culpar? Não se preocupe há aquele que sempre é culpado por mim e por você, você o culpa tanto que parece o conhecer intimamente; o sistema, ora, que sistema? Quem sistema? Eu não sou! Você é? Ninguém é? A essa altura eu já esqueci do que me culpavam, e você também.