quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Às Heroínas que Somos!



Depois de finalizada a leitura de Lições de Vida das Grandes Heroínas da Literatura de Erin Blakemore me permiti pensar em algo que antes não dava importância, algo meio fora do real, que eu sempre achei difícil ser. Quão enganada eu estava, na verdade, esse sentimento está presente na nossa essência a partir do momento em que tomamos posse de nossos objetivos e nos reconhecemos como heroínas! 

Calma! é isso mesmo, você não leu errado, heroínas! Não só na ficção elas existem, estão presentes em cada uma de nós, mesmo sem precisar de capa, nem espadas ou superpoderes. Só necessitam de força suficiente para assumirem a sua própria identidade. Sua própria maneira de ser heroína.

As personagens que conhecemos na literatura e que por direito nós chamamos de heroínas não fazem parte de nenhum fato extraordinário que não nos pode acrescentar em nada, muito pelo contrário, elas juntamente com suas autoras, também heroínas por trás delas, são um exemplo que nos lembram o quanto de nós mesmas temos que refletir, recomeçar ou por em prática.

Me permito dizer que nós somos heroínas! Cada uma de nós dentro das nossas particularidades, tem seus obstáculos, objetivos e desafios a vencer! Talvez não queiram colocar nossas histórias em revistas em quadrinhos, mas o livro da nossa vida transcende o que podemos imaginar, nossa história é única, tudo o que já enfrentamos e aprendemos até aqui é digno de orgulho e respeito. Lutamos para que nossas vidas sejam melhores, somos heroínas que desejam a felicidade.

Seja heroína de si mesma! Que possamos nos salvar de tudo que não nos otimiza, nem vale à pena, que possamos nos salvar das imposições, estereótipos e preconceitos que querem nos aprisionar fora do que realmente somos. Desperte a heroína que há dentro de você, não deixe que se esqueça que ela existe, pois precisamos delas, não só nos romances, mas também nesse constante labirinto que é a vida. Que sejamos heroínas à nossa maneira, infinitas dentro de nós mesmas.

Por isso proponho um brinde, ás heroínas que somos! Por possuirmos a capacidade de nos vermos como tal, por lutarmos por dias melhores por igualdade, por respeito, por tentarmos ser diferentes num mundo onde querem nos manter padronizadas, por enfrentarmos os limites que encontramos trabalhando duro, por assumirmos a nossa imperfeição, errarmos e recomeçarmos. Que sejamos heroínas para enfrentarmos os nossos vilões do dia a dia, para sermos generosas no sonhar e guerreiras no realizar. Que possamos tomar posse dessa identidade e assumir nossa heroína interior, pois como nos livros, temos muito a aprender com elas.




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Arrisque-se




Me chateei, quebrei a cara, acontece com todo mundo eu sei. Construí uma ponte em um lugar alto, segura de que estava fazendo a coisa certa, confiante, perseverante, esperava o sucesso, mas nem tudo seguiu como imaginado, minha ponte virou uma corda bamba e eu caí. Ainda dói, todas as quedas deixam marcas mas eu que serei responsável pelo tempo em que elas irão durar. Estou pensando se vou me arriscar em construir outra ponte, em um lugar tão alto novamente. Penso em desistir? Sim, mas eu não seria eu se assim o fizesse. 

Acredito que tudo o que você se dispõe a fazer com dedicação e fé já tem chances válidas de dar certo, não foi hoje, talvez não seja amanhã, mas isso não quer dizer que não acontecerá nunca, sempre há uma chance a mais se você se permitir a ter esse direito. Se arriscar é um ato de coragem, quebrar a cara é apenas um risco que você vai correr, se exitem o sim e o não, por que não o sim? Se a vida te impõe limites, mostre a ela a sua capacidade de superá-los, limite as chances que a vida tem de te limitar, mostre a que sua vontade é infinitamente maior.

Eu poderia esquecer minha ponte, deixar para lá, tentar algo mais fácil, permanecer no que já é conhecido, mas quantas coisas eu estaria perdendo se assim o fizesse? Quantas novas experiências eu estaria evitando?Provavelmente eu estaria sempre no mesmo lugar, mas eu prefiro me arriscar, me arrisco todo dia, se não me arriscasse nem estaria aqui escrevendo isso, afinal estou correndo o risco de me acharem, boba, maluca, desocupada, ou coisas do tipo.

 Me arrisco, não porque alguém mandou, ou porque alguém disse que era certo, me arrisco porque me permito isso, você pode se permitir a fazer muitas coisas, quem sabe correr descalço na chuva, dar risada sem motivo, escrever um livro de poesia , cantar no chuveiro, idealizar possibilidades pro futuro que podem dar certo, ou não. Você tem inúmeras possibilidades de ser você e manter suas ideias em prática, mantê-las em risco.

Viver é um jogo de fazer escolhas, fazer escolhas requer sacrifício, e sacrifício significa correr riscos só depende da sua vontade de dar certo e isso começa dentro de você, nem sempre pode ser ruim, afinal, nem todas as pontes caem.

Lute pelo que você acredita, plante em si mesmo a vontade de ir em frente, não se tranque, se possua, seja quem você quiser e construa suas pontes o mais alto que puder, arrisque-se sem medo, erre, mas se permita uma chance a mais, não se limite, transborde-se.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pra Sempre Austen





Como não admirar Jane Austen? Não apenas pelos seus incomparáveis romances, mas também pela pessoa que foi pela coragem se ser quem ela era mesmo tendo que encarar as dolorosas consequências que a sociedade do séc. XIX lhe impunha.  Jane é inspiradora, tocante, como não se emocionar com a história de sua vida? Mesmo sabendo que talvez todo sofrimento relatado nas fontes que conhecemos pode não ser equivalente ao que ela realmente sentiu, ter que publicar suas obras, seus filhos queridos, por um preço humilhante totalmente fora do que eles verdadeiramente valiam, ter que ver sua família permanecer na pobreza e saber que se talvez ela tivesse feito o que uma mulher comum faria e se cassasse por convenções teria salvo sua mãe e irmã da miséria. 

Contudo ela não teria sido a Austen se tivesse feito isso, se tivesse escolhido o que deveria ser feito e se casasse por interesse.  Ela não teria sido Austen se não lutasse pela sua própria liberdade. Não teria sido Austen se não acreditasse no amor, se não acreditasse que existia algo a mais para ela, que não apenas suas heroínas poderiam ter um final feliz, pois era isso que ela queria apenas ser feliz podendo escrever seus romances sem ter que sofrer imposições de homem algum e assim poder ser ela mesma e ter seus próprios valores. 

Um exemplo de coragem para a época e para os séculos que se seguiram, coragem de uma coisa que deveria ser tão simples, mas que poucos se atrevem a ter, coragem de acreditar no amor, de acreditar em si próprio, de acreditar que você mesmo pode construir o caminho para a sua felicidade mesmo com o mundo inteiro contra, mesmo com uma sociedade que quer te limitar e silenciar. 

Jane vem nos lembrar que vale a pena tentar lutar por aquilo que acreditamos e não apenas se deixar levar pelo que todos dizem ser certo e tenho certeza que se ela pudesse estar aqui hoje e ver os frutos que seus romances proporcionaram ela não se arrependeria de tudo o que fez, pois para Jane e seus romances não haverá apenas um final feliz, mais uma incessante onda de finais felizes, sentidos, chorados,sonhados, deliciados, vividos,assistidos, lidos e relidos por cada um de seus admiradores, sem importar o tempo, ano, década ou século ela será para sempre Austen infinitamente amada.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Noite de Tempestade




Essas emoções me tiram da órbita 
Vem e vão
Como o violento pulsar das ondas
Em noite de tempestade

Vem como algo que me tira do chão

Mas não me faz flutuar
Apenas roubam as minhas bases 
me cegam, me deixam cair

Sucumbir em um abismo de constante ausência

Frente á aquilo que eu entendo das palavras não ditas
Do silêncio que mais fala do que cala
A dor que mais cura do que fere

São esses os suspiros que fingindo vida atormentam meus sonhos

Querendo dizer apenas o que não me foi dito
Vem e vão
Tentando iluminar o que não pode ser compreendido

Essas emoções que não emudecem

Rompem em uma contínua oração
Somente vem e vão.

Se alimentam dos desejos da alma

Regojizam-se das incertezas
E deixam transparecer aquilo que de você há em mim.

terça-feira, 5 de março de 2013

Vento no rosto, pé na rua e cabeça na lua.




Eu sempre fui assim, sempre acreditei na magia da vida, sempre acreditei que as coisas que acontecem de repente são especiais e tem  algo pra nos fazer aprender, nunca acreditei no acaso, um momento de distração, uma atitude, um desejo e sua vida pode mudar pra sempre, algo bom  pode acontecer a qualquer momento.  Vento no rosto, pé na rua e cabeça na lua.  Tudo isso que parece bobagem, que acontece repetidamente todo dia, sempre me fascinou, algo me faz acreditar nos detalhes, no poder de um sorriso, de uma palavra de carinho, um abraço, o barulho dos amigos! Tantas vezes lamentei por existirem pessoas que estragam suas vidas afogando-as em mágoas, tristezas, preocupações, aparências, gente que tem medo de rir alto, de tomar banho de chuva, falar besteira, gente que se entrega a solidão e se trancam em si mesmas. Tantas vezes agradeci a Deus por tudo o que ele me proporciona viver, por me dar a oportunidade de pensar diferente, por me fazer feliz sendo apenas o que sou, pode parecer pouco, pode parecer clichê, mas para mim é um tesouro sem medida. Deus capricha tanto, tanto, que eu nem sei por onde começar a agradecer. Eu tenho fé e isso me sustenta, penso que coisas ruins acontecem, sei bem disso, nada é perfeito. Penso em desistir, mas isso nunca fez meu estilo. Aprendi a erguer a cabeça, desafiar os meus medos e me jogar no futuro, mesmo sem saber onde vou cair. E mesmo sabendo o quão incerto é o meu amanhã, algo me faz crer que será bonito, será o meu primeiro passo para os novos momentos, novos abraços, novas canções, novos risos, novos motivos de felicidade.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Tão Normal Quanto..... Hoje!



       Não costumo reclamar de dias normais, hoje foi um dia normal, mas por isso foi especial, gosto de dias normais eles me mostram o quanto eu sou feliz e o quanto tenho que agradecer a Deus por isso. Pois meus dias normais sempre estão cheios de coisinhas minhas, tão necessárias e normais! Tenho amigos maravilhosos, ótimas histórias para serem contadas e recontadas, tenho grandes sonhos, impossíveis ou não, tenho fé, esperança, vontade de ir adiante, tenho gente que me ama, tenho sorrisos mil, idéias de menina, risadas altas, piadas bobas e amigos pra rir delas! tenho abraços pra compartilhar sentimentos verdadeiros. Tenho dor de cabeça, preocupação, responsabilidades, sono e preguiça. tenho livros pra ler, histórias pra descobrir, mundos pra desvendar, tenho uma saudade imensa e sem fim, também tenho um certo alguém que gosta de mim, tenho um monte de corações pra cuidar e garantir que estejam sempre comigo, tenho um mundo inteiro pra explorar e não posso perder tempo reclamando de dias normais pois tenho um amanhã pra cuidar que seja especial  como os dias normais devem ser.




segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Razão, Sensibilidade e Descobertas






     Me surpreendo a cada dia comigo mesma, a cada novo momento uma nova descoberta, uma nova esperança, um novo sentimento. Eu, logo eu que sempre me julguei donas dos meus sentimentos mas incapaz de dominá-los, sempre fui conhecida como a chorona e sensível. É, as coisas mudaram, se é que um dia foram como eu pensei que fossem. Descobri essa suposta mudança nas páginas de Razão e Sensibilidade da Jane Austen.



    Quando me debrucei nas páginas dos primeiros capítulos já tinha em mente que Marianne Dashwood, "a sensível" seria a "minha personagem" aquela que tem muito de mim pra compartilhar comigo. E assim aconteceu exatamente como eu esperava até que algo em Elinor Dashwood "a racional" me fez parar e pensar um pouco em quem eu sou e no que eu mesma penso sobre mim. Todo o sentimentalismo exagerado de Marianne não me pareceu mais parte da minha identidade, nunca fui de deixar os meus sentimentos falarem mais alto, assim como nunca deixei que eles transparecessem para os outros tão facilmente, talvez os mais próximos percebam uma preocupaçãozinha ou outra, mas nada que me faça me isolar do mundo, chorar descontrolavelmente o que apenas aumenta o sofrimento e faz com que os outros sofram comigo. Exatamente como Marianne fez quando descobre os sórdidos segredos do seu amado Willoughby.

    Agora com convicção afirmo que prefiro Elinor, ela que antes me parecia uma chata pro estar sempre refreando os sentimentos da irmã, hoje se mostra muito mais.... eu! principalmente por ser sensata, pensar sempre na melhor coisa a fazer para que as pessoas que ela ama não saiam prejudicadas, e estar disposta a ajudar quem precisar da sua confiança e seus conselhos, mesmo que essa confiança toda acabe em sua maior decepção.

    Elinor me surpreende mais ainda quando demostra um defeito que compartilhamos, sofrer calada, tentar aguentar o mundo inteiro nas costas mas mesmo assim se manter aparentemente intacta, assim ela o fez quando descobre o infortúnio que pairava sobre seu amor por Edward Ferrars. Elinor sofre, mas mesmo assim não demonstra, sofre o tempo todo sozinha sem poder compartilhar as suas dores com ninguém, pois não queria causar sofrimento e preocupações em quem ela ama. Além disso em meio a todo esse silencioso sofrimento a moça ainda tem que cuidar de Marianne, partilhar do sofrimento da irmã e por vê-la sofrer aumentar o seu próprio sofrimento.

     Mas ao final de tudo, quando todos estão a beira do final feliz e o ambiente seguro, Elinor, assim como eu, deixa de lado o escudo da razão e se envolve nas doces vestes do sentimento. Foi nesse sutil momento em que você vira a última página do livro e começa a sentir saudade da sua companhia, eu descobri que por incrível que pareça Razão e Sensibilidade sabia muito mais de mim do que eu julgava saber. Talvez eu ainda teria muitas outras coisas a descobrir, ou minha descoberta seja muito mais pessoal, seja fruto daqueles momentos entre você e o livro, algo que ninguém vai poder sentir igual, algo que só você pode descobrir.






Dedicado a minha Teacher Juliana Salvadori 
Parabéns você criou uma Janeite \O/ 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Deixar Passar






Que o vento passe, a idade chegue, que o tempo permaneça, mas não leve meus sonhos, não leve a minha vontade de viver, de sentir o calor do sol se espalhando pelo meu corpo, iluminando minha pele, regojizando minha alma.

Não leve meu desejo de ser feliz, de compartilhar sorrisos, não leve os meus anseios, os meus amores, não leve  a minha percepção de saborear cada pequena gota de sentimento, cada momento do que se faz simples e bom.


Que o Vento passe, a idade chegue, que o tempo permaneça, mas que com ele se vá apenas o que me é vão, o que é intenso fique, pois apenas deixar passar de nada vale.